sábado, 17 de março de 2012

A sala de Aula

Recentemente em uma de minhas aulas estávamos  a debater as questões raciais em sala e um de meus alunos brilhantemente me perguntou: " professor minha mãe me disse que por ser negro tenho que ser duas vezes melhor que um branco" é verdade? O que isto quer dizer? Atônito pelo torpedo lançado, de bate pronto responde: Verdade sim, ela quis lhe dizer que a nossa sociedade trás em seu bojo o preconceito velado, quer dizer escondido, camuflado assim sendo é necessário que os negros estabeleçam estratégias de resistências para a garantia de sua sobrevivência, provando que é capaz e competente. merecendo assim seu espaço.

 Ao contrário da sociedade norte americana que trás em sua cultura um país dividido em duas realidades distintas: ao passo que o Norte era basicamente ocupado por brancos, industrial, com pequenas propriedades e trabalho livre assalariado, o Sul predominava o latifúndio monocultor exportador e escravista. Criou se dentro deste cenário duas realidades contraditórias e que leva um país dividido a se enfrentar na GUERRA DE SECESSÃO. Apesar da bravia resistência do Sul a superioridade bélica e tecnológica do Norte, foi determinante para sua vitória. O filme Mississípi em chamas mostra claramente um país dividido em Black and White, a ação da KKK, e o predomínio do apartheid social aceito como natural pelos brancos mas pelos negros não!  

No Nosso Brasil o processo de ocupação e miscigenação levou a criação de um povo hibrido, esta mistura de índio, europeu e africano, promoveu o surgimento de um povo com múltipla facetas e identidades, o que gerou profundos conflitos levando a dominação pelo uso da pólvora e canhões o povo nativo, que se recusava a aceitar pacificamente sua exploração. Alimentados pelo sonho do ELDORADO, os portugueses trouxeram espelhos e vimos um mundo doente.

Uma das provas do Apartheid social (velado) que vivemos em nosso país, esta no dia a dia das pessoas, em suas expressões é comum ouvir: "Fulano é negro mas tem alma de branco" o poeta nos ensina "ALMA não tem COR". É um ledo engano imaginar que escravidão esta associado a cor da pele, este estigma nos colocado inconscientemente é fruto do modelo econômico adotado pelo país durante o período colonial brasileiro. Se pararmos um pouco pra pensar, veremos que a escravidão no Brasil, usou a mão de obra africana, devido a resistência indígena, que não se adaptou ao sistema de exploração capitalista, baseado na acumulação de riqueza de uns, em cima da exploração de outros.

Podemos perceber ainda o preconceito em nossa sociedade, apesar de todos os avanços e conquistas dos últimos anos, estamos longe de uma sociedade ideal, onde as pessoas se respeitam pelo que são e não pelo que representam, ou dizem representar, instituído, o sistema de cotas busca ser um instrumento para diminuir as distorções impostas pela sociedade ao longo de mais de 500 anos. Ainda em nossa tela de TV vemos os negros relegados a papeis secundários e marginalizados carregando os estigmas que serão sempre favelados e com ocupações manual que socialmente gozam de menos prestígio. Quem assistiu alguns anos atrás na sutileza da novela global " A VIAGEM "  o céu global pertencia aos brancos.

Critique, comente, sugira, participe enfim.....publique.

 Por enquanto é só, a gente continua a qualquer hora............ 

 Rocha do PT sempre.